O TREVO e a CRUZ
Israel Shamir
No
mapa polícromo de Hans Buenting (1581), o nosso mundo parece uma
flor; as suas três pétalas representam os três continentes da
Europa, Ásia Ocidental e África, unidos pela Terra Santa. O mapa
permite interpretações: a flor é a fé de Cristo e de Nossa
Senhora, e as três pétalas são o Islão, o Catolicismo e a
Ortodoxia. Enquanto os Ocidentais preferem ver o Islão como a
antítese do Cristianismo, os Cristãos de Leste, notavelmente S.
João Damasceno,
consideraram o Islão outra Igreja Cristã, a par com a Igreja
Católica Ocidental. Na verdade, o Islão com sua veneração por
Cristo e Sitt Maryam
não está mais longe da Ortodoxia do que o Calvinismo anti-Maria,
sem ícones e sem sacerdotes. As três igrejas oferecem três
leituras do mesmo conceito: os Ortodoxos acentuam o Cristo
ressuscitado, os Católicos concentram-se no Cristo crucificado,
e os Muçulmanos seguem o Espírito Santo. A rejeição dos
Ortodoxos de o “filioque”
é a sua ligação adicional com o Islão; aproximação teológica
ancorada na proximidade geográfica.
Esta visão do Islão como a terceira grande igreja da
nossa oikouménè é básica para a nossa compreensão da
guerra do Médio Oriente. Na verdade, há muitas maneiras de
interpretar o conflito: a economia política, a demografia, a
geopolítica e a teoria racial oferecem as suas interpretações
divergentes. O problema é que nenhuma satisfaz suficientemente.
Um forte sentimento de que o problema pede uma explicação de
natureza religiosa encontrou a sua expressão na doutrina do
livro “Clash of Civilizations” de Huntington,
que posiciona o “Islão contra o Cristianismo” como a repetição
das Cruzadas medievais. A sua aplicação grosseira, rasteira,
pode encontrar-se em todo os grandes jornais ocidentais, desde o
NY Times até ao império de Berlusconi, e levada ao extremo por
Oriana Fallaci
e Ann Coulter.
Mas o conflito entre as três grandes igrejas terminou –
para bem ou para mal, os galantes cavaleiros com as capas
vermelhas de peregrinos sobre as brilhantes armaduras já não
cavalgarão pelos montes da Palestina ou pelos campos de Poitou
exclamando Lumen Coeli para os igualmente nobres e
valentes Sarracenos com seus pendões verdes. As suas áreas de
influência estão bem estabelecidas, e as pequenas escaramuças de
fronteira e os desafogos de alma servem apenas para manter os
bravos despertos. Não há nenhuma “ameaça islâmica contra o
Catolicismo” ou “ameaça católica contra a Ortodoxia”, embora
muitos afirmem o contrário.
Os Cristãos Ortodoxos da Grécia e da Rússia, da
Palestina e da Síria compartilham as mesmas ideias dos
Muçulmanos e são igualmente hostis à invasão americana. As
tentativas de instilarem o sentimento pró-americano em Moscovo e
Atenas invariavelmente falham. “As suas (dos Ortodoxos)
maneiras de ver parecem ter mais em comum com a opinião pública
no Cairo ou Damasco do que em Berlim ou Roma”, admitiu “The Wall
Street Journal”. Mas basta do tolo conceito de conflito entre o
Cristianismo e o Islão. Na minha opinião, e neste artigo, a
‘Cristandade’ inclui o Islão e as grandes Igrejas Apostólicas do
Leste e do Ocidente.
A teoria de Huntington, conquanto errónea, baseia-se na
fundação profunda da teopolítica, uma palavra
desconhecida do dicionário da Microsoft Word, mas introduzida
por Carl Schmitt.
Este grande pensador é difícil posicioná-lo, pois é reclamado
como seu pelos Nazis e Neo-cons, Desconstrucionistas e
Anti-globalistas, e por pensadores tão diferentes como Leo
Strauss e Giorgio Agamben, Huntington e Derrida.
Na opinião de Schmitt, “todos os conceitos mais ricos de
significado da doutrina moderna são conceitos religiosos
secularizados.”
A doutrina “democracia liberal e direitos humanos”
levada pelos marines americanos, mesmo para lá do Oxus e
do Tigre, é uma cripto-religião, uma forma extrema de heresia do
Cristianismo judaizado. Alexandre Panarin, um moderno (falecido)
filósofo político russo, notou o carácter anti-cristão da
doutrina americana: “ A nova visão americana de Bens
descontextualizados e seus dessocializados Consumidores é um
mito pagão”; na sua opinião a doutrina US representa uma queda
no paganismo.
Na minha opinião, esta nova religião pode ser chamada
Neo-Judaísmo; os seus adeptos imitam as atitudes clássicas
judaicas; os Judeus agem muitas vezes como sacerdotes desta nova
fé e são considerados sagrados pelos seus adeptos. Na verdade,
enquanto as mesquitas ardem na Holanda e as igrejas são
arruinadas em Israel, não se excitam quaisquer emoções como as
provocadas quando são escritos grafitti na parede duma
sinagoga. Os US qualificam os seus aliados pela sua atitude para
com os Judeus. O Templo do Holocausto [“Museu”] ergue-se ao lado
da Casa Branca. O apoio ao estado de Israel é condição sine
qua non para os políticos americanos.
Toda a gente pode pertencer aos “Eleitos” da nova fé –
a escolha é sua; a Novíssima Aliança admite tanto Gentios como
Judeus; adorai Mamona, não façais caso da Natureza, Espírito,
Beleza, Amor; senti-vos pertencer a uma raça à parte, provai-o
por um qualquer êxito deste mundo – e podereis entrar. Por outro
lado, qualquer judeu pode escolher sair; não há qualquer virtude
ou culpa biológica.
Ainda existe um forte sentimento de continuidade entre
o Paleo-Judaísmo e a nova versão. O estado judaico é a
corporização do medo paranóico e do ódio ao estrangeiro
judaicos, enquanto que a política cabalística do Pentágono é
outra manifestação destes mesmos medo e ódio a uma escala
global. As ideias para o Neo-Judaísmo foram formadas pelo
nacionalista judeu Leo Strauss, e promovidas pelos escritores
judaicos do New York Times. Há um projecto de fornecer ao
Neo-Judaísmo ritos exotéricos com a construção de um novo Templo
de Jerusalém no local da Mesquita al-Aqsa.
O Neo-Judaísmo é a fé não oficial do Império Americano,
e a guerra no Médio Oriente é sem dúvida a Jihad Neo-Judaica.
Isto é intuído por milhões. Tom Friedman do NY Times escreveu
que os iraquianos chamam “judeus” aos invasores americanos. O
Neo-Judaísmo é o culto do globalismo, do neo-liberalismo, da
destruição da família e da natureza, anti-espiritual e
anti-cristão.
Também é um anti-social culto da comodificação, da
alienação e do desenraizamento; lutando contra a sociedade
coesa, contra a solidariedade, contra a tradição – em resumo,
contra os valores defendidos pelas três grandes igrejas. Como a
igreja perdeu a sua posição no Ocidente, os adeptos do
Neo-Judaísmo consideram a Cruistandade Ocidental quase morta e
lutam contra ela por meios sem sangue através da ADL, da ACLU
e de outras organizações anti-cristãs. A “Village Voice” chama a
Bush “o Cristão”, “The New York Times” escreve sobre o abuso
das crianças pelos padres, Schwarzenegger deita abaixo uma
igreja em “The Last Days”, – eis a frente ocidental da
Jihad neo-judaica.
Mas o Islão é o último grande reservatório do espírito,
da tradição e da solidariedade, e os Neo-Judeus lutam contra
nele com toda a potência de fogo de que dispõem. O Islão tem de
ser esmagado para que o Templo neo-judeu seja erigido no local
de al-Aqsa. O Islão é a fé predominante dos vizinhos e inimigos
de Israel. O Islão tem um papel histórico na defesa da
Palestina, o centro da flor de três pétalas, a depositária da
pré-tradição profetizada por Guénon.
Carl Schmitt observou “o grande paralelo histórico” entre os
nossos dias e os dias de Cristo. Na verdade, a guerra na
Palestina é muitas vezes interpretada como uma nova tentativa
dos (Neo-) Judeus e adoradores de Mamona de crucificarem Cristo
na Sua terra. Guénon considerava que a modernidade
(representando o kali yuga ou o estádio final)
concluiria com o aparecimento do Anticristo e o fim do mundo.
Assim a guerra contra o Islão é uma fase da última guerra, a
Guerra contra Cristo.
A um nível metafísico mais profundo, existe uma luta
entre duas tendências: um poder que procura juntar o Céu à Terra
e ressacralizar o mundo; e um poder que tenta separar o Céu e a
Terra – para profanar o mundo. A potência unificadora é
representada como Cristo nos braços de Nossa Senhora. A potência
separadora, o Grande Profanador, é mais do que os Judeus; mas
eles avidamente o apoiam , pois, na sua visão, o mundo fora de
Israel (Persona Divina, não o estado) deve ser profano e ateu.
Assim, as acções dos Neo-Judeus levam eventualmente à profanação
do mundo, e, noutro nível, à libertação das limitações impostas
pela sociedade e por Deus, à vitória do individualismo.
II
Agora, já que diagnosticamos a doença (Neo-Judaísmo,
como religião nova e o Médio Oriente como sua jihad),
podemos tentar uma cura. A peça central desta guerra não é o
campo de batalha de Falluja, mas a batalha sobre as mentes feita
por ideias: vencerá Cristo ou o Anticristo? Esta questão não é
decidida pela força das armas, mas pela nossa capacidade de
derrotar o inimigo no discurso. Vós, meus leitores e camaradas,
sois uma unidade lutadora de elite do exército espiritual;
exponde o inimigo e vencei-o.
É possível combater uma religião, especialmente o
Neo-Judaísmo, uma forma extrema de heresia. Nós deveríamos
mostrar as suas raízes religiosas, os seus trastes hereditários
religiosos e profanos, ridicularizar os seus conceitos e lançar
luz sobre os seus crimes. Quando os predecessores do
Neo-Judaísmo começaram a combater a Igreja, fizeram troça dos
seus princípios. Deste ponto de vista, o estrénuo actor francês
Dieudonné
fez tanto como qualquer outro para fazer parar a Jihad.
Guénon considerava a Reforma como a Queda, como o
começo do Kali Yuga: o Neo-Judaísmo deve então ser visto
como a sua terminação, como o extremo da Reforma, onde o corpo
reformado se torna em total oposição ao anterior à Reforma. De
certo modo, a nossa tarefa é Contra-Reforma, e o nosso
estandarte é Nossa Senhora, que é ‘majestosa como tropas com
estandartes’ (SS 6:4). Schmitt também considerava Nossa Senhora,
a Virgem Maria, o símbolo religioso e cultural mais importante,
embora ele não tivesse consciência da sua ligação ao Islão.
A tendência judaizante que primeiro apareceu na
Cristandade com a Reforma (ou, segundo Dugin,
com o desvio da igreja romana do credo de Niceia) floresceu
agora no Neo-Judaísmo. Esta religião é vulnerável porque não é
uma fé universal. Como o seu predecessor, o [Paleo-]Judaísmo, é
uma religião para os Escolhidos; desta vez para os Escolhidos
de Mamona, e para lá do Mamona vemos o Grande Profanador, o
Anticristo. Os Escolhidos são apenas alguns; o resto segue esta
heresia contra os seus próprios melhores interesses.
O Professor californiano Kevin McDonald escreveu com
algum espanto: “As ricas e poderosas elites europeias estão
muitas vezes inconscientes, ou não lhes dão valor, dos seus
próprios interesses nacionais. Agiram para subverter os
interesses nacionais dos seus próprios povos...Uma razão pode
ser que estas elite ocidentais são capazes de viver em
comunidades fechadas isoladas do resto do mundo, ignorando
completamente os seus parentes étnicos.” Ele não compreendeu,
porém, que as “poderosas elites europeias” emulam as atitudes
tradicionais dos Judeus: eles vivem em “comunidades fechadas”
como os Judeus viviam nos guetos; [historicamente, um gueto
judaico era uma “comunidade fechada” privilegiada, tal como uma
comunidade europeia na Xangai pré-comunista, escreveu Jabotinsky]
e não encaram o povo comum como seus parentes. Esta é a via
neo-judaica do sucesso, pois os neo-judeus não têm nem parentes
étnicos nem pátria.
Uma imitação raramente é tão bem sucedida como o
original. O poeta sufi
Rumi conta a história bizarra de uma jovem que copulava com um
macaco: ela usava uma beringela para tornar o tamanho enorme
dele apropriado às suas dimensões humanas. A sua patroa reparou
no que ela fazia e decidiu imitá-la; mas não aplicou o truque da
beringela e ficou rasgada até à morte à primeira tentativa. Do
mesmo modo, os neo-judeus não conseguiram reparar no apoio, como
que familiar, que os Judeus reais dão aos seus; prestaram
atenção apenas aos aspectos externos do comportamento judaico,
isto é, eles menosprezam a sua sociedade nativa.
É por esta razão que se sujeitam a sofrer o mesmo destino da
tola patroa da manhosa rapariga: sem dúvida, eles decairão
e destruirão a sua sociedade, não tendo nada onde cair
mortos.
A observação de McDonald pode ser interpretada como o
reconhecimento da traição feita ao povo pelas elites.
Isto é correcto: enquanto a URSS tombava como resultado da
traição das elites, um processo semelhante está tendo lugar no
Ocidente. A Guerra contra o Islão corre tão mal para os US como
para Israel, porque as elites nativas, mobilizadas pela sua
Igreja não vão pela traição total. Tal traição não é comme il
faut na Dar al-Islam.
Podemos separar os Escolhidos dos desviados, mas
primeiro temos de irromper por alguns anéis defensivos do
inimigo. O anel defensivo exterior do Neo-Judaísmo é a sua firme
recusa de que é uma religião. Este estratagema foi usado pelo
Comunismo e eventualmente acabou por o destruir. O segundo anel
defensivo é a apresentação da religião como “um assunto privado,
que não diz respeito aos outros”. A sua Jihad difere da
nobre Jihad do Profeta Maomé; em vez de proclamarem a sua
fé, os neo-judeus tentam impor a sua subrepticiamente. A falsa
bandeira do “Cristianismo” bushita adorna o terceiro anel.
Até agora, o Neo-Judaísmo venceu, derrotando os seus
inimigos um a um; agora devemos uni-los todos. Em termos
cabalísticos, devemos juntar as faíscas que se dispersaram
quando os Vasos se quebraram por excesso da luz divina
(Shevirath Keilim). Neste processo reconheceremos as forças e
tendências positivas [por Cristo e Nossa Senhora] do nosso
oikuménè e uni-las-emos, ao mesmo tempo que desmontamos os
estratagemas do inimigo.
O cisma esquerda-direita foi imposto pelo inimigo:
devemos ultrapassá-lo. A Esquerda e a Direita referem-se a um
universo unidimensional; mas o nosso mundo certamente tem mais
dimensões do que uma. A análise das práticas políticas judaicas
mostra que os Judeus não sobrestimam a distinção
Esquerda-Direita: o líder de um partido Meretz da esquerda,
Yossi Sarid, elogiou o líder assassinado do partido da extrema
direita judeo-nazi, Rahavam Zerevi. Israel não é excepção à
regra: os judeus Republicanos mais militantes, os neo-cons,
expressaram a sua disponibilidade para mudarem de partido e
tornarem-se Neo-Liberais, no caso da vitória de Kerry.
[Segue-se
um pequeno texto de Patrick J. Buchanan, extraído do
www.antiwar.com , o qual comprova o que foi dito
imediatamente atrás, e que me dispenso de traduzir.]
A Esquerda e a Direita são apenas posições no eixo
social, importantes como são. Mas há outros dois eixos, o Eixo
do Espírito e o Eixo da Terra, ou o Eixo de Cristo e o Eixo de
Nossa Senhora. Juntos, eles formam a cruz tridimensional
descrita por Guénon no seu Simbolismo da Cruz. Os nossos
inimigos são capazes de formarem uniões sobre a divisão
Esquerda-e-Direita, pois estão unidos na sua negação a Cristo e
rejeição da Virgem. Do mesmo modo, nós devíamos ser capazes de
unirmo-nos com as outras pessoas do Espírito e da Terra, apesar
das diversas opiniões sociais.
Se nos referirmos ao Eixo do Espírito, existe uma
dicotomia entre as fés omni-abrangentes das Três Grandes Igrejas
e os cultos exclusivistas. “A Religião não é um assunto privado
de pessoas espiritualmente a ela inclinadas”, escreveu Panarin;
“A Igreja é o garante dos valores, uma autoridade alternativa e
mais alta que está acima dos cambistas. Ela deve ter o poder de
tirar o amor e a beleza feminina, as convicções, e o país para
fora da praça do mercado.” É por isso que o nosso inimigo
combate as Três Igrejas inexoravelmente. Na moderna sociedade,
tudo se pode dizer a respeito das Três Igrejas, mas nada se pode
dizer, a não ser bem, a respeito do Judaísmo, o protótipo do
Neo-Judaísmo.
“A Prática Sagrada do Assassínio de Crianças” – não se
encontra um artigo com tal título em qualquer parte do nosso
mundo “eivado de anti-semitismo”, embora centenas de crianças
palestinas tenham sido massacradas pelos judeus nos últimos
anos. Contudo, encontrar-se-á numa revista judaica proeminente:
“A
Sagrada Prática Muçulmana da Decapitação”, por Andrew G. Bostom,
FrontPageMagazine.com. 13 de Maio de 2004.
As reacções à grotesca decapitação jihadista de ainda
outro “Judeu infiel”, Mr. Berg,
esclarecem que os nossos serviços secretos são ou
perigosamente desinformados, ou simplesmente não querem chegar a
acordo com esta feia realidade: tais assassínios são
consistentes com as práticas sagradas do jihad, assim
como com as atitudes islâmicas para com todos os infiéis
não-muçulmanos, em particular, os judeus, as quais datam do
século VII, e do próprio exemplo do Profeta Maomé.
Todo o ataque às Igrejas e suas imagens sagradas é
permitido, mesmo o ataque maligno que foi usado pelo corpo
francês do Estudante Judaico chamado UEJF. Em França, os
tribunais aceitam as exigências judaicas para que se calem os
sinos das igrejas; o hijab
é outro bem conhecido exemplo disso. Na Palestina, na semana
passada, a polícia invadiu a Igreja Anglicana e levou o cristão
Mordecai Vanunu, que lá pedira asilo. Devemos mobilizar as
igrejas e defender o seu espírito.
O Comunismo foi uma tentativa de criar uma nova
cristandade que tudo abraçasse, mas sem Cristo. Embora alguns
pensadores da ala direita acentuem a ‘origem judaica’ do
Comunismo, ele era uma ideologia anti-judaica, que tudo
abrangesse. Infelizmente, aplicaram a navalha de Occam
com excessivo, demasiado, vigor, e morreram de hemorragia. Nós
devemos aceitar os sobreviventes do colapso e dar-lhes um lugar
nas nossas fileiras.
Se nos referirmos ao Eixo da Terra, há uma
diferença entre os autóctones e os errantes. Yuri Slezkine
propôs chamar-lhes Apolónios e Mercúrios, em que “a sociedade
Apolónia consiste em camponeses, guerreiros e sacerdotes;
enquanto os Mercúrios são mensageiros, mercadores, intérpretes,
artesãos, guias, curandeiros e outros atravessadores de
fronteiras”. Ele compara esta distinção com a dicotomia
Judeus-Gentios e nota: “Os Judeus são mercúrios, enquanto os
gentios são apolónios. No mundo moderno todos nós nos tornámos
mais mercúrios – mais Judeus, se quiserem, e os tradicionais
mercúrios – os Judeus – são melhores como mercúrios do que
quaisquer outros”.
Naturalmente, o “todos nós” do Professor Slezkin são
seus colegas em Berkeley e Moscovo, e dificilmente os camponeses
californianos ou russos. Com esta correcção , a sua tese
reformulada: a fim de ter êxito no período do Kali Yuga, é
preciso adoptar qualidades judaicas e tornar-se um neo-judeu.
Estas “qualidades judaicas”, segundo Slezkin, são “mobilidade,
inquietude, desenraizamento, capacidade de ficar alheio e
indiferente, não lutando, não partilhando refeições – apenas
fazendo, trocando, vendendo, e possivelmente roubando, coisas e
conceitos. “Ficar indiferente” implica falta de compaixão; “não
partilhar refeições” implica não compartilhar da fé; “Não lutar”
implica beneficiar das guerra dos outros; e “desenraizamento”
leva à tendência a desenraizar os outros.
Na verdade, os Neo-Judeus não têm compaixão, beneficiam
das guerras onde os outros homens lutam, e não têm raízes, e
são inexoráveis; um ideal descrito por Jacques Attali,
que visa um mundo feito de nómadas modernos desligados das
raízes ou do solo. Devemos fazer voltar os Mercúrios para a sua
modesta posição nas margens da sociedade.
Estas qualidades não são “rácicas”; na verdade, Karl
Marx e Simone Weil, Ludwig Wittgenstein e Otto Weininger
são bons exemplos dos nossos camaradas-de-armas que forneceram
ferramentas para o moderno discurso anti-judaico. Eles provaram
que a ‘tendência judaica’ é ideológica e cultural, não racial. A
imensa publicidade e quase promoção pelos media judaicos
é um instrumento para obscurecer esta distinção: o
anti-semitismo biológico do espírito mediano, extravagante
desenvolvimento de uma luta multissecular contra o espírito
judaico, é apresentado como regra.
Rejeitando o racismo, podemos igualmente rejeitar o
anti-racismo, pois hoje esta é uma palavra código para uma
atitude extrema anti-autóctone. Em vão os amigos da Palestina
tentam usar este conceito no seu combate pela igualdade
Palestina/Israel. Embora todas a ideia possa ser usada em mais
de uma maneira, o anti-racismo é afinado e afiado para a luta
neo-judaica contra as sociedade nativas coesas. Usá-la-iam hoje
contra Gautémoc ou Boadicea,
usam-na contra Mugabe. O anti-racismo é a negação do direito do
autóctone a decidir o seu destino; um instrumento para separar o
Homem da sua paisagem nativa. Este conceito deslegitimiza as
objecções à inundação de um país com uma enchente de imigrantes
e à ruína do tecido da sociedade.
Teófilo d’Obla notou que “O anti-racismo contemporâneo
assim como o conceito dos direitos humanos não são princípios de
luta contra a exclusão e pela protecção da Pessoa Humana. Muito
pelo contrário, é em nome da inclusão e diluição no Todo amorfo,
que estes conceitos são levados até ao pináculo da cultura
dominante”.
O Holocausto [judaico] é um shibboleth
dos neo-judeus. Tem uma função social para ser usado com o fim
de lançar suspeita sobre as maiorias tradicionalistas: se estas
não forem desarmadas, transformadas em “sociedades abertas”, o
seu estado minado e a sua economia privatizada e vendida às
companhias americanas, elas meter-se-ão num novo holocausto. Com
sentido do social, Panarin escreve: “Quem quer que aceite o
Holocausto como o mais importante acontecimento da História é
capaz de fazer guerra civil contra a maioria tradicionalista e
torna-se um membro dum grupo dedicado aos globalistas”. Mas o
Holocausto também tem um valor teológico pois este acontecimento
é oferecido aos crentes para suplantar a Crucificação.
A mantra
dos direitos humanos
é uma parte importante do Neo-Judaísmo. É usada para minar os
interesses da sociedade. Os neo-judeus herdaram do seu
antepassado medieval a visão peculiar da sociedade como
hospedeira; uma sociedade a que não pertencem mas parasitam. Há
uma contradição real entre os direitos de tal indivíduio e o
direito da sociedade; o Neo-Judaísmo consistentemente
deslegitimiza os direitos da sociedade [hospedeira]. Assim, o
direito de um Chodorkovski ou de um Berezovski vender a sua
companhia de petróleo aos interesses ocidentais é mais
importante do que o direito da sociedade russa dar a cada seu
membro o aquecimento no inverno. O direito dum proxeneta
importar pornografia ou exportar mulheres para lupanares é mais
importante do que o direito da sociedade proteger as suas
mulheres ou a sua moralidade.
Conclusão
O estado judeu de Israel tornou-se o estandarte do
inimigo e tem de ser desmantelado. Os cidadão israelitas
“Judeus” estão divididos entre duas lealdades: a lealdade ao
país e a lealdade ao Povo Judaico. Esta segunda lealdade
impede-os de se tornarem Palestinos; portanto, ela tem de
desaparecer. Aprovamos os cidadãos israelitas que pediram ao
Tribunal Supremo que se deixasse de os designar de “Judeus”:
para um povo basicamente irreligioso esta palavra tornou-se
designativa da lealdade à Judiaria Mundial. O seu destino está
com os seus irmãos palestinos, que os aceitarão. Uma pequena
minoria judaica ultra-ortodoxa pré-sionista da Palestina
demonstrou a sua aderência à tradição: eles devem ser protegidos
como uma relíquia e um testemunho; o seu destino deve ser
deixado aos poderes espirituais.
Os Palestinos são o epítome do povo autóctone que está
a ser desenraizado pelos imigrantes judeus. Eles são o último
katekhon,
nos termos da 2ª carta de S. Paulo aos Tessalonicenses, a última
defesa da nossa herança sagrada, os guardiões da tradição
holística antes desta ser dividida nas Três Igrejas. Eles são
as vítimas paradigmáticas do outsourcing: povo
trabalhador que está a ser marginalizado e substituído por
mercenários de mão-de-obra.
Portanto, esta guerra na Palestina é a nossa guerra nos três
eixos: é uma guerra do autóctone contra a potência
desenraizadora, é a guerra das Igrejas universais contra os
inimigos de Cristo, é a guerra dos camponeses e operários,
guerreiros e sacerdotes contra os cambistas. É também uma guerra
simbólica: a saber, se o Neo-Judaísmo vai ganhar numa escala
global ou perder globalmente. Esta é a guerra mais decisiva do
século, e o seu resultado decidirá o futuro. ¶
PRECE: DEUS MISERICORDIOSO NOS PROTEJA!
(O Tradutor)
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